domingo, 27 de março de 2011

Quote 63: Ligações Perigosas


Não se aplaude um tenor por limpar a garganta.

Madame de Merteuil (Glenn Close) para Visconde de Valmont (John Malkovich), quando ele tenta ganhar a aposta entre eles da maneira mais fácil, em Ligações Perigosas, 1988

domingo, 20 de março de 2011

Quote 62: Feitiço da Lua


- Qual é o problema?
- Como pode me perguntar isso?
- Está me fazendo sentir culpado.
- Você é culpado. Eu sou culpada.
- De quê? Só Deus pode acusar, Loretta.
- Só sei o que eu sei.

- E o que sabe? Você fala da minha vida. Eu falo da sua. Sou um lobo? 
Você desperta o lobo em mim. Isso não faz de você uma ovelha. 
Vai se casar com meu irmão. Por que quer acabar com sua vida? 
Ser cuidadosa é a coisa mais perigosa que uma mulher como você poderia 
fazer. Esperou pelo homem certo pela primeira vez,
por que não esperou pelo homem certo de novo?

- Porque ele não veio.
- Estou aqui!

- Chegou atrasado. (...) Sabe que fizemos um acordo.  Você disse que se fosse com você à Ópera, você me deixaria em paz pra sempre.  E fui com você. 
Agora, vou me casar com seu irmão e você me deixára em paz, certo?  
As pessoas identificam onde erram na vida e podem mudar o jeito 
que fazem as coisas... e podem até mudar a própria sorte. 
Talvez eu me sinta atraida por você. Mas isso não quer dizer que devo 
seguir o que eu sinto. Eu posso me controlar. Posso dizer "sim" para umas 
coisas  e "não" para outras que arruinarão tudo. Eu posso fazer isso. 
Senão... de que serve essa vida idiota que Deus nos deu? Está me escutando?

- Sim. Nada disso tem importância pra mim agora. 
Só quero você na minha cama. Não importa se eu for pro inferno. 
Não me importo se você for pro inferno. 
O passado e o futuro são uma piada agora. Vejo que não são nada. 
Vejo que não estão aqui. A única coisa aqui somos eu e você. (...) 
Loretta, eu amo você. Não como falaram pra você o que é o amor. 
E eu também não sabia disso. Mas o amor não facilita as coisas. 
Ele estraga tudo. Parte seu coração. 
Bagunça tudo. E não precisamos ser perfeitos. 
Flocos de neve são perfeitos. As estrelas são perfeitas. Mas não nós. Não nós. 
Estamos aqui para nos arruinarmos e para partirmos nossos corações... 
E amarmos as pessoas erradas e morrer. Os contos de fadas são bobagens! 
Agora eu quero que você suba e vá pra cama comigo! 

Ronny Cammareri (Nicolas Cage) faz uma declaração de amor bem peculiar a Loretta Castorini (Cher) após voltarem da ópera, em Feitiço da Lua, 1987.

domingo, 13 de março de 2011

Quote 61: Persuasão


Já não consigo escutar em silêncio. Tenho de lhe falar pelos meios ao meu alcance. 
Anne transpassa-me a alma. Sinto-me entre a agonia e a esperança. 
Não me diga que é demasiado tarde, que sentimentos tão preciosos 
morreram para sempre.
Declaro-me novamente a si com um coração que é ainda mais seu 
do que quando o despedaçou há oito anos e meio.
Não diga que o homem esquece mais depressa que a mulher, 
que o amor dele morre mais cedo. Eu não amei ninguém, se não a ti. 
Posso ter sido injusto, posso ter sido fraco e rancoroso, mas nunca inconstante. 
Vim a Bath unicamente por sua causa. 
Os meus pensamentos e planos são todos para si.
Não reparou nisso? Não percebeu dos meus desejos? 
Se eu tivesse conseguido ler os seus sentimentos, como creio que 
deve ter decifrado os meus, não teria esperado estes dez dias. 
Mal consigo escrever. A todo o momento estou a ouvir uma coisa 
que me emociona. Anne baixa a voz, mas eu consigo ouvir 
os tons dessa voz, mesmo quando os outros não conseguem.
Criatura demasiada boa, demasiada pura! Faz-nos, de fato, justiça, 
ao acreditar que os homens são capazes de um verdadeiro afeto 
e uma verdadeira constância. Creia que esta é fervorosa e firme no F. W. 
Tenho de ir, inseguro quanto ao meu futuro; mas voltarei, ou 
seguirei o seu grupo, logo que possível. Uma palavra, um olhar será 
o suficiente para decidir se irei à casa do seu pai esta noite, ou nunca.

Frederick Wentworth - em carta - se declara para Anne Elliot, por quem foi rejeitado e ainda assim apaixonado por toda a vida, ao perceber que não há impedimentos algum para ficarem juntos, em Persuasão, de Jane Austen, 1817. 

Quote 60: Orgulho e Preconceito


- O orgulho - observou Mary, que se vangloriava da solidez das suas reflexões - é um defeito muito vulgar, creio eu. Depois de tudo o que li, estou deveras convencida da sua vulgaridade, que a natureza humana lhe é particularmente atreita e que são raros aqueles entre nós que não nutrem um sentimento de condescendência própria baseado numa ou outra qualidade, real ou imaginária. Vaidade e orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam freqüentemente usadas como sinônimos. Pode-se sentir orgulho sem ser vaidoso. O orgulho diz respeito mais à opinião que temos de nós próprios, enquanto a vaidade ao que pretendemos que os outros pensem de nós.

Mary Bennet discorre sobre as diferenças entre orgulho e vaidade enquanto Elizabeth Bennet,  Sra Bennet e a Sra Lucas discutem o quão orgulhoso Mr Dary é. Orgulho e Preconceito, Jane Austen: 1ª publicação,1813

terça-feira, 8 de março de 2011

Quote 59: O Último dos Moicanos



- Peço desculpas. Só quis nos proteger. Eu o compreendi mal.
- Já era de se esperar. Meu pai me preveniu...
- Seu pai?
- Chingachgook me falou de vocês.
- É mesmo?
- Ele disse: Não tente entendê-los.
- O quê?
- E disse: Não espere que o entendam. São uma espécie diferente, são insensatos.
(Um grupo de inimigos se aproxima, eles se armam, mas o grupo retrocede.)
- Por que foram embora?
- Cemitério.
- Espécie diferente? Somos insensatos?
- Em seu caso, abriria uma exceção.
- Muito obrigada.

Cora Munro (Madeleine Stowe) questiona Nathaniel (Daniel Day-Lewis) sobre suas ações, lhe esclarecendo as diferenças entre seu povo e o dela, em O Último dos Moicanos, 1992

Ps: Uma das melhores trilhas sonoras que já ouvi nos últimos anos.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Quote 58: The Big Bang Theory


Não vou lhe dizer nada, eu meramente vou lhe oferecer 
uma expressão facial que sugere que você ficou louco.

Sheldon Cooper (Jim Parsons) ao ouvir a sugestão de Raj Kootrapalli 
(Kunal Nayyar) de se encontrarem novamente com duas garotas 
que conheceram, em The Big Bang Theory, 2007-Presente.

domingo, 6 de março de 2011

Quote 57: Quase Famosos


Na opinião de Carl Jung, todos temos um sexto sentido, intuição. Quando sente que não consegue viver sem alguém que conheceu há pouco, isto pode ser uma lembrança de um amor passado do inconsciente coletivo. Ou podem ser os hormônios. Desculpem, não consigo me concentrar. Estrelas do rock seqüestraram meu filho!

Elaine Miller (Frances McDormand) começa a dar sua aula na faculdade, mas não consegue deixar de pensar nos “perigos” que pode passar seu filho William (Patrick Fugit) que viaja com a banda de rock Stillwater para fazer uma matéria de capa para a revista Rolling Stone, em Quase Famosos, 2000.

Quote 56: Closer


- Você é um animal.
- É? E você é o que?
- Você acha que o amor é simples, você acha que o coração é um diagrama.
- Você já viu um coração humano? Ele é como um punho cheio de sangue.
Vá se f***! Seu escritor! Seu mentiroso!

Larry (Clive Owen) tenta dar uma lição de moral em Dan (Jude Law) quando Anna (Julia Roberts) o abandona, em Closer, 2004

Quote 55: Sociedade dos Poetas Mortos



Tenho um segredo pra vocês. Aproximem-se! Não lemos nem escrevemos poesia porque é bonitinho. Lemos e escrevemos poesia porque somos membros da raça humana. E a raça humana está repleta de paixão. E medicina, advocacia, administração, engenharia são objetivos nobres e necessários para manter-se vivo. Mas a poesia, beleza, romance, amor é para isso que nós vivemos. Citando Whitman: “Ó eu! Ó vida! Entre as questões que reaparecem, os intermináveis trens dos desleais, cidades cheias de tolos. O que há de bom entre eles, ó eu? Ó vida? Resposta. Que você está aqui. A vida existe e a identidade. Que essa brincadeira de poder continue e você pode contribuir com um verso.” Qual será o verso de vocês?

Prof. John Keating (Robin Williams) tenta abrir a mente dos seus alunos numa escola preparatória no final dos anos 50, em Sociedade dos Poetas Mortos, 1989.

sábado, 5 de março de 2011

Quote 54: Uma Equipe Muito Especial


- Você está chorando?
- Não.
- Rogers Hornsby era meu técnico e ele me chamou de “bosta falante”. E isto foi no dia que meus pais vieram de Michigan pra me ver jogar. E eu chorei?
- Não.
- Não! Não! Sabe por quê?
- Não.
- Porque não há choro no beisebol!

Jimmy Dugan (Tom Hanks) - antes de ser expulso do campo - grita com Evelyn Gardner (Bitty Schram) após uma jogada que quase fez seu time – Rockford Peaches – perder, em Uma Equipe Muito Especial, 1992

Quote 53: Ratatouille


De muitas maneiras, o trabalho de um crítico é fácil. Arriscamos pouco e desfrutamos de uma posição sobre aqueles que oferecem seu trabalho e a si mesmos ao nosso julgamento. Nós prosperamos na crítica negativa, que é divertida de se escrever e ler. Mas a dura realidade que nós críticos temos de encarar é de que no grande esquema das coisas, uma porcaria medíocre é provavelmente mais significativa do que nossa crítica que assim a designa. Mas há vezes em que um crítico realmente arrisca algo e isto é na descoberta e na defesa do novo. O mundo geralmente é indelicado com novos talentos, novas criações. O novo precisa de amigos. Ontem à noite, eu experimentei algo novo, uma refeição notável de uma fonte excepcionalmente inesperada. Se dissesse que tanto a refeição como quem a preparou desafiaram meus preconceitos sobre a boa culinária, eu estaria me contendo. Eles me abalaram profundamente. No passado, nunca escondi meu desdém pelo famoso lema do chef Gusteau: “Qualquer um pode cozinhar.” Mas vejo que só agora realmente compreendo o que ele quis dizer. Nem todos podem se tornar um grande artista, mas um grande artista pode vir de qualquer lugar. É difícil imaginar origens mais humildes do que as do gênio que hoje cozinha no Gusteau’s, que é, na opinião deste crítico, nada menos do que o maior chef da França. Eu logo voltarei ao Gusteau’s, ávido por mais.

Anton Ego (voz de Peter O’Toole) escreve sua crítica após saber que o chef do restaurante Gusteau’s – que estava acabado - é o rato Remy (voz de Patton Oswalt), em Ratatouille, 2007. 

Quote 52: A Lista de Schindler


- Oskar,  aqui um erro material no final da última página.

Não,  mais um nome que eu quero colocar . Eu nunca vou encontrar 
uma empregada doméstica, tão bem treinada como ela em Brinnlitz. 
Elas são todas meninas do interior.
Não. Não.
- Uma mão de 21. Se vencer, eu lhe pago 7400 Reichmarks. 21 direto eu pago 14800. 
Se eu ganhar, a moça vai pra minha lista.
- Eu não posso apostar Helen em um jogo de cartas.
- Por que não?
- Não seria correto.
- Ela está indo para Auschwitz no número dois de qualquer maneira. 
Que diferença isso faz?
- Ela não vai a Auschwitz. Eu nunca faria isso com ela. Não, eu quero que ela 
volte para Viena comigo. Eu quero que ela venha trabalhar para mim . 
Eu quero envelhecer com ela.
- Você está louco? Amon, você não pode levá-la para Viena com você.
- Não, claro que eu não posso. Isso é o que eu gostaria de fazer. O que eu posso fazer, 
se eu sou algum tipo de um homem é a próxima coisa mais misericordiosa. Eu deveria levá-la para a floresta e dar um tiro sem dor na parte de trás de sua cabeça. 
O que foi que você disse para um 21 direto? Foi 14.800?


Oskar Schindler (Liam Neeson) discute com Amon Goeth (Ralph Finnes) o destino da judia Helen Hirsch (Embeth Davidtz) por quem Amon é apaixonado, em A Lista de Schindler, de Steven Spielberg, 1993.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Quote 50: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban


- Ele estava assumindo o poder em toda a parte! 
Que é que eu tinha ganhar recusando o que me pedia?
- Que é que você tinha a ganhar lutando contra 
o bruxo mais maligno que já existiu? Apenas vidas inocentes, Pedro!
- Você não entende! Ele teria me matado, Sirius!
- Então você devia ter morrido! 
Morrer em vez de trair seus amigos, como teríamos feito por você!

Pedro Pettigrew tenta explicar a Sirius Black suas razões por apoiar Voldemort, em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, de J.K. Rowling, editora Rocco, 1999.

Quote 49: The Game of Thrones


- Está bem, Bran?
- Sim, pai. Robb diz que o homem morreu bravamente,
mas Jon disse que ele tinha medo.
- E o que pensa você?
- Pode um homem continuar a ser valente se tiver medo?
- Esta é a única maneira de um homem ser valente.

Bran, de 7 anos, questiona o pai, Eddard Stark, o Senhor do Norte, sobre a justiça em julgar e executar um desertor, em The Game of Thrones, de George Martin, editora Leya, 2010. 

Ps: A imagem é da produção da HBO, com Sean Bean, Mark Addy, Lena Headey e grande elenco britânico, com estréia para 17 de abril. 

Quote 48: Alta Fidelidade


O que surgiu primeiro: a música ou o sofrimento? As pessoas receiam que as crianças brinquem com armas ou vejam filmes violentos, que vem a ser dominadas por uma cultura de violência. Ninguém se importa que as crianças ouçam, literalmente, milhares de canções sobre desilusões amorosas, rejeição, dor, sofrimento e perda. Eu ouvia musica pop porque me sentia infeliz? Ou me sentia infeliz por ouvir música pop?

Rob Gordon (John Cusack) pensando enquanto ouve You’re Gonna Miss Me, do 13th Floor Elevators, em Alta Fidelidade, 2000. Baseado no livro - absurdamente bom pra car*** - de Nick Hornby.

Quote 47: Razão e Sensibilidade


- Margareth sempre quis viajar.
- Eu sei. Ela guiará uma viagem à China. Irei como empregado dela. 
Mas já me avisou que não terei regalias.
- Qual será sua função?
- Duelos de espada, claro... Distribuição de bebida e limpeza.  
- E desses qual é a principal?
- A limpeza, provavelmente.

Elinor Dashwood (Emma Thompson) e Edward Ferrars (Hugh Grant) conversam trivialidades para a irritação da irmã mais velha de Edward, Fanny Dashwood (Harriet Walter), em Razão e Sensibilidade, de Ang Lee, 1995. Adaptado por Emma Thompson - Oscar e Globo de Ouro por isso - do livro de Jane Austen.


Ps: Para a Nika, por amar Jane Austen, e para Dani, por amar Razão e Sensibilidade.

terça-feira, 1 de março de 2011

Quote 46: Apocalypse Now



Tenho visto horrores... horrores que você já viu. Mas você não tem direito de me chamar de assassino. Você tem o direito de me matar. Você tem o direito de fazer isso... mas você não tem direito de me julgar. É impossível palavras para descrever o que é necessário para aqueles que não sabem o que significa horror. Horror... Horror tem um rosto... e você deve ficar amigo do horror. Horror e terror moral são seus amigos. Se não forem, então são inimigos a serem temidos. Eles são realmente inimigos! 


Eu me lembro quando eu estava nas Forças Especiais... Parece mil séculos atrás. Entramos em um acampamento para inocular algumas crianças. Saímos do acampamento depois tivemos inoculadas as crianças contra a pólio, e esse velho veio correndo atrás de nós e ele estava chorando. Ele não podia ver. Fomos lá, e eles tinham decepado cada braço inoculado. Lá estavam eles em uma pilha. Uma pilha de bracinhos. E eu me lembro ... Eu... Eu... Eu chorei, chorei como uma avó. Eu queria arrancar meus dentes, eu não sabia o que fazer! E eu quero lembrar me disso. Eu nunca quero esquecer ... Eu nunca mais quero esquecer. 


E então eu percebi ... como se eu tivesse tomado um tiro ... como se eu fosse baleado com um diamante ... uma bala de diamante através da minha testa. E eu pensei, meu Deus ... o genialidade que isso! A genialidade! A vontade de fazer isso! Perfeita, verdadeira, completa, cristalina, pura. E então percebi que eram mais fortes do que nós, porque agüentavam isso. Não eram monstros. Eram homens... soldados treinados. Homens que lutaram com seus corações, que havia famílias que tinham filhos, que estavam cheios de amor... mas eles tinham a força... a força... para fazer isso. Se eu tivesse dez divisões desses homens, nossos problemas aqui teriam acabado bem depressa. Você tem que ter homens morais... e, ao mesmo tempo aqueles que são capazes de utilizar seus instintos primordiais para matar sem emoção... sem paixão... sem julgamento... sem julgamento! Porque o julgamento é que nos derrota.

Coronal Kurtz (Marlon Brando) conversa com Capitão Willard (Martin Sheen) no seu acampamento no meio dos vietcongues, em Apocalypse Now, 1979