De muitas maneiras, o trabalho de um crítico é fácil. Arriscamos pouco e desfrutamos de uma posição sobre aqueles que oferecem seu trabalho e a si mesmos ao nosso julgamento. Nós prosperamos na crítica negativa, que é divertida de se escrever e ler. Mas a dura realidade que nós críticos temos de encarar é de que no grande esquema das coisas, uma porcaria medíocre é provavelmente mais significativa do que nossa crítica que assim a designa. Mas há vezes em que um crítico realmente arrisca algo e isto é na descoberta e na defesa do novo. O mundo geralmente é indelicado com novos talentos, novas criações. O novo precisa de amigos. Ontem à noite, eu experimentei algo novo, uma refeição notável de uma fonte excepcionalmente inesperada. Se dissesse que tanto a refeição como quem a preparou desafiaram meus preconceitos sobre a boa culinária, eu estaria me contendo. Eles me abalaram profundamente. No passado, nunca escondi meu desdém pelo famoso lema do chef Gusteau: “Qualquer um pode cozinhar.” Mas vejo que só agora realmente compreendo o que ele quis dizer. Nem todos podem se tornar um grande artista, mas um grande artista pode vir de qualquer lugar. É difícil imaginar origens mais humildes do que as do gênio que hoje cozinha no Gusteau’s, que é, na opinião deste crítico, nada menos do que o maior chef da França. Eu logo voltarei ao Gusteau’s, ávido por mais.
Anton Ego (voz de Peter O’Toole) escreve sua crítica após saber que o chef do restaurante Gusteau’s – que estava acabado - é o rato Remy (voz de Patton Oswalt), em Ratatouille, 2007.
Ligya...
ResponderExcluirAmiga, me senti quase homenageada com esse quote, de tanto que amo o Ego e esse lindo texto. O li em voz alta para o Guto e ele me arrepiou, como sempre ocorre. Ratatoille é ótimas, mas as cenas finais valem o filme.
Beijo
Esse quote é absolutamente maravilhoso!
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